quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Avaliação da aprendizagem escolar: um ato amoroso

Luckesi traz em seu livro “Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições” o processo de exclusão existente em nossas escolas. ele classifica essa pratica como ameaçadora, autoritária e seletiva, sendo o ato de avaliar a aprendizagem, um ato amoroso.
A atual pratica escolar é chamada de avaliação, mas ainda é predominante o uso de provas e exames com o intuito de verificar a quantidade de conteúdo apreendido pelo aluno, essa pratica é seletiva, pois exclui uma parte dos alunos e admite outros como aceitos, sem um conhecimento maior do como e porque o aluno não compreendeu o conteúdo.
Luckesi traz essa pratica como herança da sociedade burguesa, que era excludente até com os seus membros, e não se encaixava num modelo amoroso.
o período de 1930 a 1945 ficou conhecido como “tyleriano” onde Ralph Tyler denominou a avaliação da aprendizagem, como sendo a avaliação um modo eficiente de fazer o ensino; apesar que outras pessoas seguiram na mesma linha a pratica escolar de acompanhamento do processo de construção do educando, este continuou o mesmo. Nesta perspectiva professores e alunos são inimigos, onde deveriam caminhar juntos como aliados na construção da aprendizagem.
A maior dificuldade da pratica avaliativa é a mudança, pois esta é amorosa e a sociedade na qual esta inserida não é amorosa. Então como avaliar o aluno na sala de aula com a perspectiva amorosa, se mais tarde este se deparará com a seleção excludente dos concursos públicos e vestibulares? Provas e exames implicam julgamento, consequentemente exclusão, a avaliação pressupõe acolhimento, tendo em vista a transformação.
A avaliação questiona a sociedade burguesa, por isso é mais difícil realiza – lá na integralidade do seu conceito. Os julgamentos nessa pratica aparecem, mas para dar curso a vida (à ação) e não para excluí-la, para dar suporte de mudança, de transformação se necessário. A avaliação da aprendizagem auxilia o educando no seu crescimento, na sua integração consigo mesmo, na apropriação dos conteúdos significativos e ainda responde a uma necessidade social.
Para fazermos a avaliação da aprendizagem precisamos estar atentos a alguns cuidados com os instrumentos utilizados para operacio ná-la: o modo de aprender de cada um, aprendizagem, a capacidade de raciocinar, de poetizar, de criar historias, o modo de entender e de viver. Compatibilizar as habilidades – motoras, mentais e imaginativas.
Quanto à correção e devolução dos trabalhos é interessante que ao corrigir não utilize cores chamativas como o vermelho, dê preferência ao lápis que não borra o trabalho do aluno, e devolva-o pessoalmente, auxiliando o educando a se auto compreender.

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